FAQ Autocoleta
Existem muitas dúvidas sobre o HPV, o câncer do colo do útero e, mais especificamente, sobre os dispositivos para autocoleta vaginal. A seguir, confira as perguntas mais frequentes à respeito desses temas com as suas respectivas respostas.
O que é HPV e câncer do colo do útero?
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HPV é a sigla em inglês de Human papillomavirus ou Papilomavírus Humano. O HPV está entre as infecções sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo, e tem como principais sintomas o aparecimento de verrugas na região anogenital quando associado aos genótipos de baixo risco. Quando a infecção está associada aos genótipos de alto risco, a doença torna-se assintomática na maioria das vezes, contribuindo para a sua evolução.
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São mais de 200 genótipos diferentes do vírus HPV e alguns destes têm relação direta com o desenvolvimento do câncer do colo do útero. O HPV-16 e o HPV-18, por exemplo, correspondem por aproximadamente 70% de todos os casos desse tipo de câncer. Além disso, dados da literatura mais recentes têm demonstrado que o HPV-31 também tem relevância no desenvolvimento da doença.
Qual o impacto da infecção por HPV?
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Em muitos casos, a infecção pelo HPV é assintomática e o próprio organismo se encarrega de combatê-la. Porém, alguns pacientes sofrem de infecções persistentes, as quais o sistema imunológico não consegue eliminar.
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Nessas situações, o organismo permanece mais tempo exposto ao vírus, criando as condições ideais para o desenvolvimento de células anormais. Contudo, algumas vezes essas células tendem a desaparecer.
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Outras vezes, porém, elas continuam se multiplicando, evoluindo para o câncer do colo do útero. Essa evolução, desde o contato com o vírus até o desenvolvimento do câncer pode levar até 20 anos para ocorrer. Dessa forma, o diagnóstico precoce é fundamental para a prevenção da doença.
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Dadas essas circunstâncias, o HPV é um dos principais fatores de risco para o câncer do colo do útero.
Qual a incidência do câncer do colo do útero?
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No Brasil, segundo dados do INCA, desconsiderando os tumores de pele do tipo não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro mais prevalente em mulheres. Ainda que ele possa ser prevenido (por meio da vacinação e dos exames preventivos de rastreio), o câncer do colo do útero acomete aproximadamente 500 mil pacientes no mundo todos os anos, principalmente em países em desenvolvimento.
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Dada a alta prevalência entre as mulheres, medidas preventivas de rastreio são fundamentais para o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero, sendo a coleta do material vaginal uma importante ferramenta para o seu diagnóstico precoce.
O que é a autocoleta?
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A autocoleta vaginal permite que as próprias pacientes realizem a coleta do material vaginal no conforto de suas casas ou em outros lugares de sua escolha e, posteriormente, encaminhem essa amostra para análise laboratorial. A autocoleta vaginal pode ser realizada com dispositivos de coleta desenvolvidos especialmente para essa finalidade, apresentando resultados equivalentes à coleta pelo profissional de saúde.
Quem pode fazer a autocoleta?
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Os dispositivos para autocoleta vaginal foram desenvolvidos para todas as mulheres que tenham indicação médica para a realização do exame preventivo, independente de orientação sexual, etnia ou quaisquer outros fatores. Portanto, qualquer um dos dispositivos de coleta podem ser utilizados para a coleta da amostra vaginal sem desconforto ou sensação de constrangimento da paciente.
O que dizem as diretrizes internacionais?
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Tanto a OMS quanto a ASCCP (Sociedade Americana de Colposcopia e Patologia Cervical) já incluem a autocoleta vaginal como uma alternativa para a realização do exame preventivo do câncer do colo do útero. Inclusive, na Europa, região com o maior número de países totalmente convertidos para o rastreio primário do HPV, as licitações já começaram a incluir a autocoleta vaginal.
E em relação às diretrizes nacionais?
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Autoridades nacionais no segmento, como a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e a Sociedade Brasileira de Ginecologia também reconhecem a autocoleta vaginal como forma de prevenção do câncer do colo do útero e outras doenças, especialmente em regiões de difícil acesso, nas quais, muitas vezes, as mulheres não têm acesso aos estabelecimentos clínicos adequados para a realização do exame.
A autocoleta vai substituir a coleta feita pelo profissional de saúde?
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Não, o objetivo desse teste não é substituir a coleta feito pelo profissional de saúde, mas permitir que todas as pacientes em idade alvo sejam rastreadas. A ideia é que a autocoleta vaginal seja uma alternativa especialmente para mulheres que, atualmente, não estão mantendo o seu exame preventivo em dia, seja por dificuldade de acesso aos serviços de saúde, por questões culturais, religiosas, dificuldades de locomoção ou por se sentirem desconfortáveis.
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O intuito é ampliar o alcance do exame, aumentando a prevenção do câncer do colo do útero e uma série de outras doenças.
A autocoleta substitui a ida ao ginecologista?
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Não, a consulta vai muito além do que se refere à saúde da mulher, como: a prevenção do câncer de mama, questões hormonais, reprodutivas, métodos contraceptivos, entre outros. Esses e outros temas precisam ser tratados por esse especialista.
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É essencial levar o resultado do exame preventivo ao ginecologista, para que ele possa avaliar se existe alguma anormalidade que precise ser tratada.
Evalyn Brush
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Como é a escova Evalyn Brush?
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O dispositivo Rovers Evalyn Brush possui uma haste com duas extremidades: uma com cerdas e outra com um êmbolo. A inserção das cerdas no canal vaginal permite a coleta da amostra, que é mantida dentro de um tubo protetor, para posterior envio ao laboratório.
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Como é usada a escova Evalyn Brush?
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O design da escova foi desenvolvido para facilitar o seu uso e a coleta pode ser feita em poucos minutos. A posição de uso é bastante semelhante àquela necessária para colocação de absorventes internos e coletores menstruais.
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Quantas vezes uma mesma escova Evalyn Brush pode ser usada?
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Por ser um dispositivo estéril, a escova só pode ser utilizada uma única vez. O reuso pode provocar a contaminação da amostra coletada e levar a um diagnóstico incorreto.
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A autocoleta com esse dispositivo causa dor?
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Não. O design da escova Evalyn Brush foi desenvolvido com o formato e características ideais para proporcionar a coleta sem causar dor ou desconforto, respeitando a anatomia feminina.
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E se a embalagem da escova estiver aberta?
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Se, ao comprar a escova Evalyn Brush, você perceber que a embalagem está aberta ou com qualquer tipo de dano, a escova não deve ser utilizada. Esse cuidado é importante para garantir a esterilidade do dispositivo.
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É possível usar a escova Evalyn Brush no período menstrual?
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Não, o recomendado é não fazer a autocoleta vaginal no período menstrual, uma vez que o sangue pode interferir na análise laboratorial da amostra.
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Pode-se usar a escova Evalyn Brush com outros produtos vaginais, como preservativos, lubrificantes ou anel vaginal?
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O uso de preservativos (incluindo o anel vaginal), preservativos e lubrificantes à base de água é permitido. Já outros produtos vaginais devem ter seu uso interrompido pelo menos dois dias antes da autocoleta vaginal. O mesmo vale para as duchas vaginais, vaselina e medicamentos para infecções fúngicas.
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A escova pode ser usada durante a gravidez?
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Não é recomendado o uso da escova Evalyn Brush na gravidez e nem nos primeiros três meses após o parto.
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Caso esqueça de lavar as mãos antes de usar a escova Evalyn Brush, o teste ainda poderá ser feito?
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Sim, o teste ainda pode ser feito sem interferência nos resultados. Porém, ressaltamos que a forma mais correta e higiênica de realizar a autocoleta vaginal é lavando as mãos com água e sabonete neutro antes da manipulação do dispositivo e da coleta da amostra.
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A coleta tem que ser feita sempre em pé?
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Não, ela pode ser feita em outras posições, desde que a mulher siga o passo a passo informado nas instruções de coleta. Diante dessas condições, a paciente pode buscar a posição mais confortável para a coleta da amostra.
Como ter certeza de que a amostra foi coletada corretamente e em quantidade suficiente?
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Basta seguir as instruções de coleta. A escova foi desenvolvida para garantir uma coleta correta e satisfatória quando são respeitados os passos indicados.
O que acontece caso se toque acidentalmente nas cerdas (parte branca) da escova Evalyn Brush?
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O ideal é não tocar nas cerdas da escova, já que elas são esterilizadas. Mas se isso acontecer acidentalmente, a princípio não haverá prejuízo na análise da amostra.
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Sobre a Rovers Medical Devices
A Rovers Medical Devices é especializada no desenvolvimento de dispositivos para coleta de amostras para testes diagnósticos, especialmente para o exame citológico e testes de biologia molecular. Sediada em Oss, na Holanda, Rovers é parceira de diversas empresas, levando seus produtos para mais de 50 países em todo o mundo!
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Self FLOQSwabs
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O que é o Self FLOQSwabs ?
É outra opção de dispositivo para autocoleta do material vaginal. Funciona basicamente da mesma forma que a escova Evalyn Brush e tem o mesmo objetivo. A diferença está no fabricante.
Como deve ser usado o Self FLOQSwabs ?
O FLOQSwabs possui uma haste flexível com cerdas de nylon na extremidade, onde a amostra do material vaginal será coletada. Seu uso é bastante simples e conta com o auxílio de um vídeo e documento com a instrução de coleta completa.
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Quantas vezes um mesmo Self FLOQSwabs pode ser usado?
Apenas uma vez. A reutilização do dispositivo acarreta na contaminação da amostra, levando a um diagnóstico incorreto.
O que é a Copan?
A Copan é uma marca exclusivamente dedicada ao desenvolvimento de produtos inovadores e de alta qualidade para coleta de amostras e diagnóstico de doenças infecciosas.
Também trabalha com genômica humana, aplicativos ambientais e forenses, além de soluções de fluxo de trabalho automatizadas de ponta. Todos os seus produtos são baseados em alta tecnologia e confiabilidade.
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BD Onclarity™ HPV Assay
Quais aprovações o BD Onclarity™ HPV Assay tem para autocoleta vaginal?
CE Mark desde dezembro de 2021, com três tipos de dispositivos: Rovers (regularizada no Brasil) Viba-Brush (não regularizada no Brasil), Evalyn Brush e FLOQSwabs da Copan.
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Pode-se usar a amostra de autocoleta vaginal para análise citológica dos positivos no BD Onclarity™ HPV Assay?
Não, amostras vaginais não podem ser usadas para testes de citologia. Caso seja necessária a análise citológica após um
resultado positivo da amostra autocoletada, uma amostra cervical deve ser coletada pelo médico para análise morfológica das células do colo do útero.
O processamento do BD Onclarity™ HPV Assay com amostras de citologia em meio líquido coletadas pelo profissional de saúde e com amostras autocoletadas é o mesmo?
Embora a genotipagem estendida do HPV seja realizada em amostras autocoletadas ou amostras coletadas pelo
clínico, o seu processamento possui algumas variações, dentre elas o material a ser analisado e os tubos de amostra
para cada tipo de material. Sendo assim, não é possível analisar simultaneamente amostras autocoletadas e amostras
coletadas pelo médico em uma mesma rotina no equipamento.
Qual a importância da celularidade da amostra para um teste de HPV?
A celularidade é crucial na citologia, mas, na biologia molecular, especialmente PCR, não tem a mesma relevância. Isso porque, um exame citopatológico tem como objetivo detectar possíveis alterações nas células do colo do útero. A amostra deve ter uma quantidade satisfatória de células para a análise morfológica adequada, seguindo as recomendações do Sistema Bethesda Para Relato de Citologia Cervical.
Pode-se fazer xGT (genotipagem estendida) com amostras autocletadas?
Sim, o BD Onclarity™ HPV Assay foi aprovado também para amostras autocoletadas, liberando o resultado com genotipagem estendida.
Qual o dispositivo de coleta ideal para usar com o BD Onclarity™ HPV Assay?
Depende de cada Serviço Médico, do público-alvo, disponibilidade de material entre outros. O mais importante é informar que as três opções de dispositivos foram aprovadas (CE-mark) e que os resultados obtidos utilizando cada um deles foi equivalente.
Qual a importância de ter aprovação CE-mark?
A aprovação CE-mark obtida pelo BD Onclarity™ HPV Assay foi avaliada em conjunto com cada tipo de dispositivo seguindo rígidos protocolos. Essa aprovação é diferente quando comparada com uma aprovação isolada, considerando somente o teste e outra avaliação para cada tipo de dispositivo. A aprovação do BD Onclarity™ HPV Assay foi realizada considerando o teste e o método de coleta, garantindo a performance e confiabilidade nos resultados.
Publicações
Quais as publicações mais relevantes sobre autocoleta?
Há muitas publicações interessantes, abordando temas como a diferença entre a coleta feita por um profissional da saúde versus autocoleta, bem como sobre as diferenças entre os diversos tipos de escova. Abaixo, segue uma lista com as principais:
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Universidade Federal do Oeste do Pará — "Pesquisa aponta que autocoleta cervicovaginal é eficaz na prevenção do câncer do colo do útero".
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Universidade de São Paulo — Tese de doutorado "Autocoleta cervicovaginal no rastreamento do câncer do colo do útero: aceitabilidade, detecção de Papilomavírus Humano de alto risco oncogênico e pesquisa de biomarcadores".
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Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia — "Rastreamento para câncer de colo uterino: o que há de novo?".